Continuando nas minhas pesquisas poéticas , em grande parte por culpa do nosso amigo Magnus descobri entre muitos ,este poema de Neruda. Gostei, e partilho com vocês .
Tira-me o pão se quiseres tira-me o ar mas não me tires o teu riso.
Não me tires a rosa a lança que desfolhas a água que de súbito brota da tua alegria a repentina onda de prata que em ti nasce.
A minha luta é dura eregresso com os olhos cansados às vezes por ver que a terra não muda mas ao entrar teu riso sobe ao céu a procurar-me e abre-me todas as portas da vida.
Meu amor, nos momentos mais escuros solta o teu riso e se de súbito vires que o meu sangue mancha as pedras da rua ri, porque o teu riso será para as minhas mãos uma espada fresca.
à beira do mar, no outono teu riso deve erguer sua cascata de espuma e na primavera , amor quero o teu riso como a flor que esperava, a flor azul, a rosa da minha pátria sonora.
Ri-te da noite, do dia, da lua ri-te das ruas tortas da ilha ri-te deste grosseiro rapaz que te ama mas quando abro os olhos e os fecho quando meus passos vão quando voltam meus passos nega-me o pão, o ar, a luz, a primavera, mas nunca o teu riso porque senão morreria!